25.11.08

Técnica Alexander


F.M.Alexander (1869-1955) era ator e por problemas que teve com a voz enquanto recitava Shakespeare, começou a desenvolver a Técnica Alexander em 1890 na Austrália. Ele descobriu a enorme influencia que a relação entre cabeça e coluna tem no uso do corpo em todas as circunstancias.
Ele começou a dar aulas de sua técnica na Austrália em 1894, e a partir de 1904 desenvolveu seu trabalho em Londres. Em 1931, ainda em Londres, ele deu inicio ao primeiro curso de treinamento para formação de professores da Técnica Alexander.
Somos aproximadamente 2.500 professores espalhados pelo mundo, formados por cursos reconhecidos pela associação internacional da Técnica. Cursos que tem a duração de 3 anos com um mínimo de 1.600 horas aulas.
Eu fiz minha formação em Londres na escola da Karen WentworthAlexander Techinque Studiowww.atstudio.co.uk. Um curso de formação que pensa e pratica a Técnica como trabalho criativo.
A Técnica que Alexander desenvolveu, é muito clara e simples e ao mesmo tempo muito complexa e intensa, tornando-se base para ser desenvolvida em vários caminhos diferentes. Por exemplo, hoje ela é considerada, com estudos sérios e reconhecidos por doutores, o processo mais eficiente para curar dores nas costas. Nenhuma novidade para os praticantes da Técnica. Porém para mim, valorizar esse benefício, seria reduzir a Técnica a um dos muitos efeitos maravilhosos e muito úteis que ela tem.
A Técnica é muito mais do que curar dores e incômodos do homem contemporâneo. Alexander desenvolveu um trabalho que possibilita uma mudança radical no modo de vida.

Com a Técnica podemos exercitar o corpo virtual, o que está antes do movimento, o que gera a qualidade de escolha.
É um trabalho de desintoxicação, que alisa as marcas da superfície, que inibi a reação automatizada dos hábitos de longa duração, te reconectando a sua própria natureza, te colocando em contato com sua Vontade de Potencia.

Um maravilhoso instrumento para construir o Ser Livre tão desejado por mulheres e homens que já se perceberam escravos e cúmplices de um sistema tão anti-vida que vivemos.

12.11.08

Preparação


Quero escrever sobre a técnica Alexander, algo caro em minha vida;

por enquanto para aquecer,

alguns escritos que me remetem a ela.


Do Tao
“Na busca do conhecimento
a cada dia se soma algo.
Na busca do Caminho da vida
a cada dia se diminui algo”.


Da Poesia
“O essencial é saber ver
Mas isso (triste de nós que trazemos a alma vestida!)
Isso exige um estado profundo,
Uma aprendizagem de desaprender...”
“Procuro despir-me do que aprendi,
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu...”Fernando Pessoa.


Da Filosofia
“O corpo é a grande razão, uma multiplicidade com um só sentido, uma guerra e uma paz, um rebanho e seu pastor. Instrumento do teu corpo é também a tua pequena razão, meu irmão, a que tu chamas espírito, um pequeno instrumento e um brinquedo da tua grande razão. Eu, dizes tu e orgulha-te dessa palavra. Todavia, maior é aquilo em que não queres acreditar: o teu corpo é a sua grande razão, que não diz Eu, mas faz Eu”.
F. Nietzsche – Assim falava Zaratustra





4.11.08

Escola?!

Eu gosto muito da critica do Ivan Illich sobre educação escolar.
Segue um trecho de seus textos.


Muitos estudantes percebem intuitivamente o que a escola faz por eles. Ela os escolariza para confundir processo com substância. Alcançando isto, uma nova lógica entra em jogo: quanto mais longa a escolaridade, melhores os resultados; ou, então, a graduação leva ao sucesso. O aluno é desse modo, “escolarizado” a confundir ensino com aprendizagem, obtenção de graus com educação, diploma com competência, fluência no falar com capacidade de dizer algo novo. Sua imaginação é “escolarizada” a aceitar serviço em vez de valor. Identifica erroneamente cuidar de saúde com tratamento médico, melhoria da vida comunitária com assistência social, segurança com proteção policial, segurança nacional com aparato militar, trabalho produtivo com concorrência desleal.
Ivan Illich.