prometi um post com praticas da educação para a potencia
aqui vai
queimem todos os livros, principalmente os mais inspiradores
desconecte a internet, incluindo todas as discussões no facebook sobre educação
deixe de ir a palestras
não tenha gurus
nem professores
mas não se isole do mundo
continue relacionando-se
com pessoas
com a propria pessoa e não com o que ela representa - mãe, pai, filho, chefe, empregado, caixa de supermercado, etc
relacione-se com aquela pessoa e não com sua ocupação
sinta a relação em voce, no seu corpo
entre em contato com as emoções
lembre-se que voce queimou os livros, desconectou-se da internet, e não poderá buscar mais referencias fora, terá que se enfrentar
sua mente não terá outro lugar para se apoiar, a não ser seu proprio corpo
no começo ela vai estranhar, pois faz muito tempo que ela anda em outros "corpos", representante de ideias e ideais
a mente terá que aprender a conviver com a emoção, com a intuição, com as percepções, com o inconsciente, com todas as forças que compõe seu corpo
com o tempo ela aprende de novo a gostar desse lugar, que é o seu lugar
e la estará voce, inteiro, sobre os proprios pés, sustentado pela propria coluna, norteado por sua cabeça (literalmente)
intimo de si mesmo
e sabendo que toda essa existencia se faz na relação
com o outro
o outro pessoa, animal, planta, paisagem, espaço...
nessa condição, potente, voce pode voltar a se encontrar com livros, internet, discussões no facebook, professores, gurus...
porque voce será unico, singular e estará se encontrando com o outro que também é unico e singular, e não mera representação do tipo que todos aprendemos a ser em nossos anos de escolaridade
a mente fora do corpo é a mente do poder, que abandona a singularidade da existencia, e sua potencia; e na impotencia precisa de algo que a faça existir, regra, ordem, um chefe, teorias, cargo, nome, classe, seguro saude, uma causa, uma luta, um ideal, reconhecimento, titulos, governo, vicios, hobby, habitos, rotina, certezas, segurança, garantias...
o corpo, a potencia, não precisa de nada disso, pode até ter tudo isso, mas precisar, não precisa
a potencia precisa de uma unica coisa, existir plenamente, o que vem depois é efeito
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11 comentários:
Perfeito, e quando sai um manual parte 2??? asuhasuhasuh
Oi Ana, legal o post, mas ainda preciso de exemplos concretos de educação para a potência...e ai, rola?!rs Bjs
Estou com a Luisa Torreao, eu também preciso ainda exemplos concretos...tomara que voce consiga escrever...antes de eu me desconectar da internet, kkkk
meninas,
ta prometido,
vou colocar um post com exemplos concretos e vivenciados por mim diariamente.
tá bom. Já entendi! Tenho que abandonar o hábito de ler os seus posts!'rs
c
Olá, Ana. Sou prof de francês, em escolas particulares e em casa. Sei bem do que estás falando. Li ha mto tempo uma reportagem sobre aquela escola na Inglaterra, a Summerhill, e, na epoca, ja achei o maximo. Concordo totalmente contigo e te agradeço por compartilhar todo o teu trabalho, tuas ideias. Te escrevo para ver se podes me ajudar, se puderes, com alguma dica, acho, sobre a minha situação atual. Nao é sobre desescolarização, mas tem a ver com a ideia que passa. Meu filho foi diagnosticado com transtorno esquizoafetivo, ha 1 ano e 4 meses, e nossas vidas mudaram. Ele toma um antipsicotico, mas acho que a melhora dele se deve mais as minhas atitudes com ele e o entorno do que com o remedio. É um assunto longo, mas gostaria de saber se podemos discutir sobre isso ou se tens alguma ideia sobre esse assunto. Ah, ele tem 30 anos.
Muito obrigada e abração.
Na verdade, pensando bem, como estou agindo com meu filho é uma espécie de desescolarização, desconstrução de um sistema familiar, de um modo de vida, de relacionamentos, para poder lidar com meu filho e essa nova situação em nossas vidas, e lidar comigo, que precisei mudar, pelo bem dele e o meu.
Ana... Difícil a gente se desconectar nos dias de hoje, hein?!! rs Ainda mais com tantas coisas acontecendo... Mal acabamos de pensar em uma coisa e já tem gente colocando em prática!! E a curiosidade que não acaba?!! Ontem lembrei-me do seu post, depois de ver esse vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=LJMyZ_GQJOc
O neurocientista Miguel Nicolelis falando de cérebros ligados a máquinas, em desconexão do corpo com a mente.... Nossa, e eu pensei em vc, que fala justamente que fala em buscar essa conexão novamente... E minha cabeça ferve com tudo isso!! rs bjo, querida!!
Eliene
oi Suzana, eu não entendo desse assunto especificamente. Assim como voce disse, também me parece que não existe algo que seja universal, que se aplique a todas as pessoas, por mais que o diagnostico explique algo, cada um continua sendo unico e por isso é necessario relacionar-se com a pessoa e não com seu diagnostico. Apesar de não entender sobre o assunto, estou sempre disposta a pensar e falar sobre ser humano, se quiser pode me escrever no e-mail anavidaativa@gmail.com, beijo
Já faz tempo que venho exercitando esta coisa de agir como 'eu' e não como eu li, ouvi, vi de alguém...
O meu relacionamento com meu primeiro filho foi muito pautado nos livros, manuais, conselhos, pitacos etc...
Aí veio o vínculo com o segundo, mais livre, só que ainda muito engessado.
Agora, com o terceiro filho, que desabrochou em casa, num parto assistido apenas por mim e por meu marido, tenho trabalhado isso desde o nascimento dele.
Sinto que é muito mais fácil SER eu mesma com ele... livre de regras, livre de mentores, livre de energia de 'fora pra dentro'.
Tive várias oportunidades para observar e comprovar isso nestes 16 meses de maternagem.
Esse exercício com o caçula, me conecta também com os maiores, embora em menor grau e mesmo que eu perceba que, com eles, essa sintonia nem sempre é tão fluida e requer mais persistência, mais dedicação, mais silêncio meu.
Com o caçula não... é natural... é livre...
Muito obrigada por compartilhar esta verdade deliciosa: de que o mundo todo está dentro de nós, mães!
Ana,
Seus textos são vivos! Estou compartilhando com todos os meus pares.
Hoje, por acaso abri um livro do Vinícius de Moraes em certo poema e achei análogo ao teu texto...
Com emoção,
Camila
CARTA AOS PUROS
Ó vós, homens sem sol, que vos dizeis os Puros
E em cujos olhos queima um lento fogo frio
Vós de nervos de nylon e de músculos duros
Capazes de não rir durante anos a fio.
Ó vós, homens sem sal, em cujos corpos tensos
Corre um sangue incolor, da cor alva dos lírios
Vós que almejais na carne o estigma dos martírios
E desejais ser fuzilados sem o lenço.
Ó vós, homens iluminados a néon
Seres extraordinariamente rarefeitos
Vós que vos bem-amais e vos julgais perfeitos
E vos ciliciais à idéia do que é bom.
Ó vós, a quem os bons amam chamar de os Puros
E vos julgais os portadores da verdade
Quando nada mais sois, à luz da realidade,
Que os súcubos dos sentimentos mais escuros.
Ó vós que só viveis nos vórtices da morte
E vos enclausurais no instinto que vos ceva
Vós que vedes na luz o antônimo da treva
E acreditais que o amor é o túmulo do forte.
Ó vós que pedis pouco à vida que dá muito
E erigis a esperança em bandeira aguerrida
Sem saber que a esperança é um simples dom da vida
E tanto mais porque é um dom público e gratuito.
Ó vós que vos negais à escuridão dos bares
Onde o homem que ama oculta o seu segredo
Vós que viveis a mastigar os maxilares
E temeis a mulher e a noite, e dormis cedo.
Ó vós, os curiais; ó vós, os ressentidos
Que tudo equacionais em termos de conflito
E não sabeis pedir sem ter recurso ao grito
E não sabeis vencer se não houver vencidos.
Ó vós que vos comprais com a esmola feita aos pobres
Que vos dão Deus de graça em troca de alguns restos
E maiusculizais os sentimentos nobres
E gostais de dizer que sois homens honestos.
Ó vós, falsos Catões, chichisbéus de mulheres
Que só articulais para emitir conceitos
E pensais que o credor tem todos os direitos
E o pobre devedor tem todos os deveres.
Ó vós que desprezais a mulher e o poeta
Em nome de vossa vã sabedoria
Vós que tudo comeis mas viveis de dieta
E achais que o bem do alheio é a melhor iguaria.
Ó vós, homens da sigla; ó vós, homens da cifra
Falsos chimangos, calabares, sinecuros
Tende cuidado porque a Esfinge vos decifra...
E eis que é chegada a vez dos verdadeiros puros.
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