mas fomos criados pelo poder para um dia ter poder e não vamos nos livrar disso somente mudando a atitude em relação as crianças, é preciso um pouco mais de processo para que o poder seja desinvestido e não regalado aos filhos para que eles exerçam o poder sobre os pais
nessa dança do poder vemos pais deixarem de bater em seus filhos para agora apanharem deles, pais deixarem de mandar para serem mandados por eles
o poder é sustentado pela ameaça, pela recompensa e até pela explicação, tanto de pais para filhos como de filhos para pais
e como se cria um filho sem explicar o porque ele deveria fazer do jeito dos pais, ou sem oferecer uma recompensa para que faça do jeito dos pais, ou ainda sem a ultima carta na manga, ameaçá-lo caso não faça do jeito dos pais
deixar as crianças fazerem o que querem, do jeito que querem e como quiserem é transferir o poder a elas, e assim elas aprendem a viver a grande ilusão de que tem o poder e vão seguir a mesma cartilha, tentando convencer por explicação, oferecendo recompensas ou partindo para a ameaça fazendo seus pais de refém
o poder é exercido por aquele que acredita que as coisas devam acontecer de um jeito já determinado
abrir mão do poder sem transferi-lo para o outro é entrar em relação com a criança, com a situação, com as emoções, liberar todas essas estagnações e agir
para isso é preciso disposição, tempo, recursos biológicos, amadurecimento emocional, autorresponsabilidade...tudo o que um adulto estaria pronto para ter
mas parece que não fomos criados para nos tornarmos adultos, por isso nos falta intimidade com essas características da condição biológica do adulto
espero que não seja tarde para que essa humanidade de adultos atrofiados desenvolva sua adultisse em tempo de criar a vida em sua plenitude e integridade para todos
3 comentários:
Puotzzzz, Ana!Grata por mais um texto fundamental! Tem sido difícil não cair nas armadilhas antigas e nem quero saber das novas! Muito trabalho a ser feito! bjs
Eu estava para te perguntar, mulher. A minha filha luta levemente todo dia para fazer coisas simples, como escovar os dentes. Muitas vezes eu conduzo na brincadeira, mas tem momentos que não dá, porque preciso sincronizar os sonos das duas filhas. Então, ainda não descobri como não usar do poder. É algo que irremediavelmente, precisa ser feito. Algumas vezes, ela chora, eu abraço, acalmo e conduzo. Mas é compulsório, ainda assim.
Eu nasci nisso, cresci nisso, vivi nisso. Como ver um outro caminho?
Que palavras... só absorver!
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