para um desenvolvimento saudável, o bebê precisa de uma mãe que escute suas necessidades, pois assim, o bebê que é totalmente dependente, poderá desenvolver todo seu potencial inato.
porem, as vezes, a mãe (e/ou o pai) olha mais para suas necessidades do que as do bebê, confundindo necessidades reais com “ideias” para o desenvolvimento das potencias de seu bebê.
uma dessas ideias de desenvolvimento que tenho visto crescer é o ensino precoce da alfabetização e da matemática.
refiro-me ao super desenvolvimento intelectual com o treinamento de leitura, escrita e cálculos matemáticos para bebês a partir de seus primeiros dias de vida, incluindo também línguas estrangeiras e conhecimentos gerais.
segundo d.w.winnicott - 1896-1971 (pediatra e psicanalista infantil), ao fornecer ao bebê e a criança uma “explosão” intelectual, esse Ser torna-se cindido, cinde a psique da existência psicossomática e do viver.
nesses ensinamentos da alfabetização precoce é transferido para o bebê e para a criança pequena, códigos, signos e símbolos que tem significados somente para quem ensina; quem está sendo ensinado poderá somente repetir, reproduzir e assimilar algo sem sentido próprio para ele.
aprender envolve um ser inteiro, com experiências - corporal, mental, emocional e anímica - e é essa integridade que poderá levar a criança a plenitude pessoal.
se não, não é vida, é cisão de vida.
“O estado de unidade é a conquista básica para a saúde no desenvolvimento emocional de todo ser humano.
Com base nesse estado, a personalidade unitária pode se permitir a identificação com unidades mais amplas – digamos, a família, o lar ou a casa.
A personalidade unitária é parte de um conceito de totalidade mais amplo.
E logo vai se tornar parte de uma vida social cada vez mais ampla, incluindo as questões politicas; e (no caso de algumas pessoas) de algo que pode ser chamado de cidadania do mundo.”
com essa citação de winnicott, podemos nos perguntar: a serviço de que está a pratica de tornar seu filho mais inteligente?
talvez do desejo que seu filho seja superior, seja melhor que os outros e assim “se dar bem na vida”.
porem as experiências de vida tem provado que experimentar o viver criativo é sempre mais importante do que “se dar bem”.
a criatividade é inerente ao brincar, e talvez não seja encontrável em nenhuma outra parte.
a criatividade pertence a experiência infantil, com sua capacidade de criar o mundo.
algo que devemos aprender bem e manter ativo ao longo da vida.
é muito bom, e é saudável ser bebê quando se é um bebê, ter dois anos quando se tem dois anos, ter 6 quando se tem 6.
sabendo-se que como singularidade que somos, não existem tabelas, nem medições que determinem a condição ideal da idade da criança.
mas existe a pulsão do bebê e da criança que diz como é para ela sentir-se viva, inteira, criadora de seu presente a cada momento.
aos pais e educadores, resta saber escutar essas crianças.
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3 comentários:
Tomei a liberdade de comparilhar este texto em meu blog com seus devido créditos ok? Parabéns pelo seu excelente trabalho! Fabiana
oi Fabiana,
fique a vontade de usar qualquer texto, modificar, acrescentar, discordar...
abraço
Ana esse texto traduz exatamente o que venho sentindo e me questionando de como é criar ou melhor respeitar um ser que está se formando , pois pra mim ele já vem com luz própria e desejos , necessidades pro seu desenvolvimento . Mas como educar sem interferir e podar o que é mais genuíno nele...difícil ...mas creio que não é impossível . No próximo encontro quero muito ir , bjxxx e sucesso nessa empreitada . Ximena & Lorenzo
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