1.2.13

CHEGOU O MOMENTO DA AÇÃO

talvez em um momento de fraqueza a humanidade sentiu o desejo de ter um estado para cuidar dela, achou que estava cansada da tarefa de assumir a responsabilidade por seu modo de pensar, sentir e existir na vida

e assim o estado assumiu o comando que lhe demos e nós nos tornamos um bando de irresponsáveis, sendo treinados para seguir ordens

todos falamos (ou pensamos) "só estou seguindo ordens" para justificar alguma ação questionável

como já faz um certo tempo que a humanidade criou o estado, nos acostumamos e acreditamos que esse é o único modo de vivermos em sociedade, e assim seguimos cúmplices desse modo de vida

o estado foi se refinando, se desenvolvendo e chegamos ao nosso governo pseudo-democrático

mas o estado, nosso governo, já provou que não é capaz de nos propiciar uma vida digna de ser chamada de vida

o governo não garante que uma gestante terá um parto digno e um inicio de vida humanizado para o bebê

o governo nem sabe o que é criar condições para que as crianças cresçam na potencia

não da mais para nos iludirmos que o governo irá garantir que não haverá nenhum veneno disfarçado de comida sendo vendido no supermercado

o governo é impotente por isso precisa tanto do poder

o governo é vergonhosamente, escandalosamente, escancaradamente corrupto

o governo não garante a segurança, não promove alegria, não gera vida

tenho a impressão que tudo isso está cada vez mais claro para todos nós

acho que estamos vivendo um grande momento da humanidade

arrisco a dizer que não vai demorar muito para desinvestirmos o governo

e voltarmos a sermos um bando de responsáveis e amantes da vida livre do estado

o momento é tão propicio que eu posso escrever isso sem correr risco de ser questionada pelo próprio governo

já conquistamos essa possibilidade, agora precisamos parar de reclamar do nosso governo, parar de exigir do governo o que é incapaz de fazer, parar de por a culpa em um governo falido e patético, parar de fazer o jogo do poder com rebeldia, com oposição e voltarmos para a potencia

desinvestir o que não nos interessa mais, pois assim as coisas morrem por si só, e nossa energia vai para o investimento do que realmente nos interessa

precisamos assumir o nosso modo de vida, a nossa responsabilidade e partir para a transmutação da nossa cultura

já sabemos demais

já podemos agir











9 comentários:

Anônimo disse...

Estamos aprendendo a guiar nossas próprias vidas. Adorei seu texto, é isso mesmo que está se passando na minha opinião também. Beijos.

Nine disse...

Uau! Adorei! Tira a ideia de que não podemos/;dvemos ser responsáis pelas nossas açõões. Qdo fazia curso de formação uma professor me ensinou que mesmo que algo seja legal, e portanto regulamentado pelo Estado, pode ser imoral, anti ético, etc...e aí mesmo seguindo a legalidade, algo não fica bem. Beijos!
Nine

Raoni Rodrigues disse...

Grande texto! Realmente somos seres dotados de imensa capacidade criativa... o problema é que esquecemos disso e ficamos aprisionados nas nossas próprias criações.

Em algum período histórico talvez tenha sido interessante para a humanidade que fosse criado um ente estatal. Passa o tempo e o Estado (com todas as suas bandeiras, hinos e blá-blá-blá) deixa de ser um instrumento humano e passa a ser considerado algo inerente para a nossa sobrevivência e bem estar. Uma espécie de Deus de importância inquestionável!

Ora... nós o criamos! E como tudo que foi criado por nós, chegará um dia em que poderemos descartá-lo! Basta que nos sintamos preparados para viver sem ele...

Anônimo disse...

Theodor Adorno, em seu texto "Educação após Auschwitz", nos mostra que o estado, apesar de se propor a evitar a barbárie, pode, ao contrario, ser o seu próprio promotor, em alusão ao que aconteceu na Alemanha, onde o estado legalmente instituído foi o responsável pelo maior massacre na humanidade. O problema do Adorno é que ele entende educação como educação escolar (ou seja, a educação promovida pelo governo), logo, ele dá como solução algo que seria proporcionado pelo próprio estado.

Ana, como sempre vc é uma inspiração. Seu texto é otimo!

Eliene

Mamãe Nádia disse...

Oi! Domingo é o dia da super blogagem coletiva sobre alimentação saudável na infância, em resposta ao documentário "Muito além do peso". Participe conosco...Hoje tem post com maiores informações sobre a BC lá no meu blog. Ajude a divulgar, por favor! Obrigada! Beijos!

www.asosmamaenadia.com

Anônimo disse...

Ana, olha essa tese de mestrado que interessante! A autora usa Maturana para os estudos de bioetica! Muito bom!
Eliene

Unknown disse...

http://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/94789/295436.pdf?sequence=

Ana Thomaz disse...

Eliane, adorei a indicação do texto, vou ler! grata, beijo

EDUCAR COM E PARA LIBERDADE disse...

Saudações Libertárias a todxs!!!

Gosto da ideia de desinvestir o que não nos interessa, como também a ideia de desaprender o aprendido...mas vejo que não podemos nunca perder de vista o diálogo e a potencia das coisas/pessoas/situações.
A potencia dessas manifestações é aquela ideia de como a não violência protege o estado, e oque queremos é deixar o estado totalmente desprotegido, deslegitimado...e acredito que usando a mesma linguagem, nesse caso, conseguimos também deslegitimar esse monstro chamado estado.