desconfiamos tanto da vida que estamos sempre em busca de certezas.
sempre que nos deparamos com algo novo, queremos buscar as garantias através de referências.
sinal de que não estamos com o pensamento ativo, nem com a intuição aflorada, nem com o instinto vivo.
a nossa virtualidade está completamente enfraquecida, e não muito diferente do corpo, que também está desconectado de sua própria natureza.
por isso não estamos exercendo a transmutação daquilo que está ruim, naquilo que não acreditamos, daquilo que não queremos mais, que apesar de tudo ainda nos da "garantias" e por pior que sejam os resultados, porque os conhecemos, ficamos tentando melhorar os efeitos nocivos de nossas investidas.
para transmutar é necessário confiar em nossas potencias, para criar o novo, para deixar de investir naquilo que não queremos mais, e que por falta de garantias não queremos experimentar.
que garantia esperamos do inédito? da criação?
ao contrario do que imaginamos, quando vivemos na incerteza, nos abrimos para a criação.
certezas demasiadas paralisa, acomoda, dificulta a criação.
a incerteza nos coloca em um lugar vivo, atentos as relações, aos acontecimentos, as percepções, as sensações, instintos, intuição...
somos criadores natos, não precisamos aturar nossas insatisfações.
não está bom, transmuta, transforma!
abra mão das certezas que nos trazem tristezas, angustias, sacrifícios, sobrevivencia...
e construa, na incerteza, novas possibilidades para que a vida flua.
caminhar não é só sair de um ponto para chegar a outro, mas levar a passear o olhar, o escutar, o sentir. E ativar as percepções é se abrir para a relação com o mundo, fazer parte dele e de sua criação.
o mundo não existe anteriormente a uma forma que lhe de seu perfil, mas quando uma forma converte-se em formula, em bordão, em rotina, então o mundo se torna fechado e falsificado.
o mercado de trabalho, as escolas, as relações, estão todos engessados em formulas que seguimos investindo com medo das incertezas que é inerente a todo processo de criação.
certeza demasiada nos mata ainda em vida.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Assunto pra lá de necessário, esse aqui, Ana. Colaboro com a indicação de um livraço, de um autor que toca neste tema com muita frequência: "Coragem", de Osho (Ed. Cultrix). Abração pra ti.
Acho que vc escreveui este texto pensando em mim rs!
caiu direitinho
bjusss
Me tocou lá no fundo... me animou!
Beijos de uma eterna admiradora.
Eis um dos textos mais magníficos e fortes que já li. Vez ou outra recarrego minha energia lendo esse texto. Gratidão eterna por ele! E que venham outros!
Postar um comentário