19.2.10

CRIANÇA ATIVA


criança, ainda não capturada, transborda Força Ativa!

É curiosa, mexe até onde não deve, tem energia o tempo todo, faz tudo com intensidade, da uma cambalhota como se daquilo dependesse sua vida!!!

Tem criança mais ousada, que se arrisca, que é cheia de desejos, atrevida até!
Outras são tranquilas, generosas, mas cheia de energia, que mesmo na quietude adora experimentar.
O que todas as crianças tem em comum é a capacidade de levar os adultos ao limite de sua paciência. Porque os adultos não tem mais fôlego, nem tanta curiosidade, é cheio de intenções e pouca intensidade.

E assim tentam ensinar as crianças a se prepararem para o mundo pouco intenso dos adultos, a serem reativas, a se comportarem, nem que para isso sejam obrigadas a ficarem sentadas em salas escolares sendo bombardeadas de coisas bem pouco interessantes, ou aprenderem a trocar uma brincadeira pela passividade diante da t.v.

Mas a força Ativa demora a dar tréguas, então quanto mais aprisionadas, tornam-se enfurecidas nos momentos em que estão "livres", como no supermercado, na hora de comer, no banho, antes de dormir, no carro...

Ficam entre tédio e euforia.

O curioso é que raramente se vê um adulto se auto observando em relação as atitudes diante das crianças, o adulto sempre observa e culpa a criança, que é taxada de hiperativa, de mal criada, de mimada, de criança difícil.
Ja existem regras pre estabelecidas, do bom senso e do senso comum, e quebra-las, é considerado errado, seja um adulto ou uma criança. E é ai que começa nosso problema.

Aqui vai uma cena que me fez pensar em minhas atitudes em relação minha filha atrevida:

Aos três anos de idade, acabou de aprender a nadar sem bóia, tipo cachorrinho, mas bem no inicio, sem pratica nenhuma.
O combinado então é nunca entrar na piscina sem um adulto por perto.

Flagro ela na piscina, sozinha!

Eu: "porque você não me disse que vinha pra piscina?"
Ela: "porque você não ia deixar eu vir sozinha, e eu sabia que você não poderia vir agora comigo!"
Eu: "mas é perigoso!"
Ela: "mas não aconteceu nada de mal, e eu me diverti muito!"
Eu: "mas poderia ter acontecido"
Ela: "mas não aconteceu, deu tudo certo!"

Com certeza eu não estou errada em ser prudente em relação ao bem estar da minha filha, mas ela também não está errada em afirmar que deu tudo certo!
Eu sei que ela não pode ter noção sozinha de todos os riscos, mas ela ainda sabe se divertir.
Ela sabe que eu tenho os meus motivos e não estou só querendo ser chata, mas eu também sei que ela tem seus motivos dignos de serem respeitados.

E agora?

2 comentários:

Flá Gontijo disse...

Que tal promover mais um acordo de conversarem antes de ela tomar alguma decisão?

Quando você não puder ir mesmo fazer o que ela deseja, ela ela te conta e as juntas decidem o que fazer?

Percebo que até entrarmos verdadeiamente em um acordo meus filhotes são assim "desobedientes". Mas quando eles compreendem meus motivos podemos chegar em um meio termo onde todos saem ganhando.

Anna Gallafrio disse...

Hummm, curioso. Acho que aqui, mais do que ``acordar``( no sentido de acordo), seria despertar a criança para uma análise de risco. Embora não me ocorra COMO incentivar isso numa pequena. Admirei o diálogo, ao contrário da repressão que poderia gerar um quê de rebeldia perigosa. Ir nadar apenas para afrontar a repressão.